Por Fabíola Oliveira
De acordo com a pesquisa realizada pela OMS – Organização Mundial da Saúde – mais de 350 milhões de brasileiro de variadas idades são depressivos. O número tem crescido ano após ano e os mais atingidos de 2012 pra cá são os jovens e adolescentes. A OMS declarou que cerca de 850 mil pessoas cometem suicídio devido à doença. Mas como identifica-la e qual a melhor forma de se tratar a depressão?
Em entrevista com o Psiquiátrico Marcos Marinho, as causas e desencadeamento da doença são diversos, desde a perda de um animal de estimação, a separação de cônjuges, porém todos possuem algo em comum, a tristeza profunda.
Marcos explica que o comportamento influencia na percepção do individuo que esta desenvolvendo a doença, como por exemplo, se trancar em quartos por muito tempo e não querer ver ou conversar com qualquer pessoa, perda de interesse e prazer ao realizar a maioria das atividades que fazia, além do espírito deprimido. Ele fala que cada ser é único e possui a sua historia, sendo assim é impossível falar de apenas um sintoma ou tipo de paciente uma vez que todos são diferenciados.
Quanto ao tratamento, Marcos afirma que quando diagnosticado no inicio é mais fácil reverter o quadro de tristeza profunda uma vez que os sintomas estão se aflorando e não chega a ser necessário o uso de medicamentos, o encaminhamento a um psicólogo é o suficiente. Já em casos mais graves e avançados ao qual o paciente possui tendências suicidas, o tratamento é feito com acompanhamento psiquiátrico, psicológico e medicamentos. Em ambos os casos, ele afirma que é imprescindível o apoio e auxilio dos familiares e amigos durante o tratamento e após o seu termino.
Pesquisas realizadas por profissionais da área psiquiátrica tem descoberto formas mais tranquilas e menos agressiva ao corpo do paciente que inicia o tratamento da depressão, como a pratica de atividades físicas e o uso de remédios fitoterápicos, que são produzidos naturalmente sem o uso de químicas em sua composição. A importância dessas pesquisas se da ao fato de que há casos aos quais os pacientes devem tomar medicamentos durante toda a vida para não sofrerem recaídas e efeitos colaterais.
O apoio dos familiares e amigos é tão importante que foi devido a esse apoio que a jovem e universitária de 23 anos Amanda Fernandes se declara totalmente curada em nossa entrevista.
Amanda foi diagnosticada com depressão aos 18 anos de idade após ter de ficar de repouso devido a um acidente. Ela conta que era jogadora da Liga Paulista de Basquete Feminino e disputava em quadra os jogos regionais quando uma fratura na tíbia a tirou do campeonato. Começava então a busca pelo tratamento adequado e o desapontamento de abandonar os jogos nas finais.
Amanda voltou para BH onde morava com a família, uma vez que foi para São Paulo apenas para disputar o campeonato, e iniciou o tratamento de fisioterapia no Hospital Santa Casa, um processo que durou um ano e meio. Ela conta que começou a apresentar depressão nos dois primeiros meses após o acidente, ao qual tinha que ficar deitada ou na cadeira de rodas tomando medicamentos fortes pra dor, já que não tinha como iniciar o tratamento de fisioterapia de imediato.
Amanda disse que seus cabelos caíram devido à tristeza que sentia ao se ver incapaz de se locomover sozinha, ver suas amigas saírem pra festas e principalmente ver sua carreira no esporte chegar ao fim.
Quem notou o semblante de tristeza e a considerável queda de cabelos de Amanda foi sua mãe, a dona de casa de 46 anos Iracilda Fernandes. Iracilda levou a filha primeiramente ao psicólogo ao qual Amanda relatou o que havia ocorrido e como se sentia, dando inicio a sessão de terapia.
Iracilda conta que uma das formas que ela viu pra dar forças a filha e despertar a vontade de viver e lutar em Amanda foi fazer festinhas em casa com os familiares e amigos mais próximos, a conversar abertamente com a filha sobre qualquer assunto e leva-la para passear.
Depois de três meses tendo acompanhamento psicológico e o apoio dos familiares, Amanda deu inicio a fisioterapia e se curou totalmente da lesão que sofrera. Ela conta que sua maior alegria e conquista foi ouvir do medico ao termino de seu tratamento que estava liberada a jogar basquete e praticar quaisquer esportes, porém ela disse ter encontrado uma nova paixão além das quadras, o curso de Odontologia.
Em entrevista com a Psicóloga Julia Paiva, ela relata que ainda há uma certa resistência, preconceito e dificuldade das pessoas entenderem a diferença entre psicólogos e psiquiatras e aceitarem os tratamentos, sejam com as sessões de terapia ou os medicamentos receitados.
“É importante e fundamental que a população saiba que o psiquiatra é o médico especializado em tratar das doenças do sistema nervoso como distúrbios de personalidades, das psicoses e depressão, e devido a isso ele pode receitar remédios para o tratamento dos problemas apresentados. Já o psicólogo ele estuda a mente e são nas sessões de terapia que o paciente relata o que o deixa em conflito, como por exemplo, as raízes de seus medos e traumas, sendo assim não podemos receitar medicamentos para quaisquer transtornos identificados que o paciente tenha ou possa estar desenvolvendo, é aí que encaminhamos ao psiquiatra.” Declarou Paiva.
O moderno tratamento da depressão apresenta uma gama de opções que permitirá uma flexibilidade ao psiquiatra clínico, no sentido de adequar para cada paciente a melhor abordagem terapêutica. O tratamento antidepressivo deve ser entendido de uma forma globalizada levando em consideração o ser humano como um todo incluindo dimensões biológicas, psicológicas e sociais.
Qual é o melhor antidepressivo?
Esta pergunta deveria ser formulada da seguinte forma: qual o melhor antidepressivo para quem? Todas as classes têm eficácia similar, portanto, a escolha do antidepressivo deve ser baseada nas características da depressão, efeitos colaterais, risco de suicídio, outros
Qual o futuro da terapia antidepressiva?
Espera-se que com o avanço da medicina e da ciência novas drogas sejam elaboradas afim de melhorar a vida de pacientes depressivos crônicos e que necessitam desses medicamentos por toda a vida, a sempre uma esperança, e devemos agarramos a ela.